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OPINIÃO: Aproveite o tempo enquanto você tem tempo

Pois, hoje, vou falar dos velhos. Ou melhor, sobre os velhos, classe na qual me incluo. É hábito na sociedade em que vivemos, qualificarmos e distinguirmos as pessoas pela idade. Assim é que chamamos de bebês, crianças, adolescente, adultos, velhos, etc. Não nos apercebemos de que, independente da idade corporal, "dentro" de cada um de nós existe um espírito muito antigo, milenar até, em um processo de aprendizagem constante, razão pela qual eu e você estamos aqui. A idade, essa que conta para nós enquanto seres sociais, é apenas a idade do corpo físico desde o seu nascimento aqui neste plano até a cessação completa das suas energias vitais. As fases da vida física dentro de cada encarnação precisam ser todas altamente  valorizadas pelo espírito que habita o corpo material, pois todas, indistintamente, possuem a  sua  importância  no currículo da programação  espiritual  da vida de cada um. André Luiz, no livro "Correio Fraterno", através da psicografia de Chico Xavier nos diz: "O jovem de hoje, pelas determinações do Planeta, será o velho de amanhã; e o ancião de agora, pela sublime lei da reencarnação, será o moço do futuro". O grande problema de muitos dos chamados velhos ou idosos de hoje é passar uma vida inteira sem saber e nem se preocuparem sobre o que vieram fazer aqui. E exatamente por não saberem, muitos se deixam "morrer" para a vida, passando a viver uma "sub vida" em vários dos seus aspectos.

Por tudo isso, aposente-se do seu emprego, mas não se aposente da vida. Nada de dormir demais e nem de se deixar viciar pelo hábito da televisão e, muito menos, de ficar se lamuriando pelos cantos, reclamando da vida, do cônjuge, dos filhos e dos netos. Não abrevie a sua vida útil. Tire o chinelo, o pijama, vá ao cinema, compre um saco de pipocas, vá ao shopping nem que seja só para olhar as vitrines, vá tomar um café numa loja de conveniência, numa cafeteria ou mesmo numa confeitaria, ria mais, reclame menos. Saia do seu casulo. Existe um mundo lindo lá fora que não pode ser esquecido. Divirta-se, vá conversar com os amigos, talvez eles estejam precisando de um "empurrãozinho" para novamente voltarem a viver. Se o seu médico lhe der o aval, matricule-se em uma academia, não para adquirir músculos, até porque o seu tempo para isso já passou, mas para desenferrujar a musculatura, adquirir vitalidade, saúde e fazer novos amigos. Ajude da forma que for possível, os pobres, os carentes, alguma instituição de caridade de crianças ou de velhos, assim como você, não necessariamente de forma financeira, mas através do seu calor humano, da sua esperança, do seu otimismo, da sua colaboração e, fundamentalmente, do seu exemplo. Ainda que singela, a sua contribuição será preciosa para quem tem menos que você. Abra o seu guarda-roupas e doe aquela roupa que faz três anos que está lá pendurada mofando e servindo de comida para as traças. Faça uma faxina fora, mas, principalmente, dentro de você. Aprenda a separar o que é importante do que não  é  importante.  Livre-se dos seus lixos mentais e aproveite também para oxigenar o seu coração.

Esqueça essa tolice de "fim da vida". Pelo contrário, reinicie a sua doando um pouquinho dela para os outros, pois, dessa forma, você estará ajudando não  só  quem  precisa,  mas,  fundamentalmente, a si próprio. E já que a sua matrícula foi aceita nesta escola arredondada  e  achatada  nos  polos  chamada Planeta Terra, seja um aluno confiante no futuro, ainda que ele, o seu futuro, termine no próximo ano, ou no semestre que vem, ou ainda mesmo amanhã  pela  manhã.  Não  interessa,  afinal, um dia você vai partir, pois ninguém fica para semente. Mas, enquanto você estiver por aqui, faça a sua parte, balance o esqueleto, imite a borboleta, se transforme, para melhor, claro. Se você vai ser feliz? Não sei! Ninguém sabe, nem você próprio, mas, com certeza, suas chances de que isso aconteça serão maiores do que se ficar dentro de casa se lamentando como um velho rabugento. Saia da sua zona de conforto. Chute o balde, meta o pé na jaca. Mude a sua vida. Mas, para que isso tudo aconteça, não se esqueça de uma coisa muito importante: a vida é como a TV do seu tempo de jovem, sem controle remoto. Tem que levantar e mudar. Lembra disso? Pois, procure ser melhor do que você já é. Lembre-se, você está vivo. Uhu! E, se você ainda está vivo (e está porque leu este texto até aqui), trabalhe para se melhorar mais, ainda que seja um pouquinho só. Ainda dá tempo. Toque o barco! Viva a vida! Ela é bela, só precisamos saber vivê-la. Por isso, um conselho, ou melhor, uma dica: aproveite o tempo enquanto você tem tempo.

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